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domingo, 5 de maio de 2013

"Eu te Amo" (HD) Joaquim Rodrigues


"Uma Queda no Meio da Rua"



Antes de atravessar a rua, ao início da noite, ele suspira com um belo sentimento de liberdade na alma. É sexta-feira e tem um jantar com amigos. Nada de trabalho, só o fim-de-semana.
Ela sai da loja meio atrapalhada com três sacos nas mãos. Nisto, o salto fino do sapato fica preso numa reentrância da calçada e, num momento, vai a andar normalmente e, no outro, está estendida no chão com os sacos espalhados à sua volta. Uma mão solícita segura-lhe o braço, ajuda-a a levantar-se. Ela agradece, ele recolhe os sacos.
- Você está bem? Pergunta-lhe.
 Responde-lhe que sim, mais embaraçada do que magoada.
- Tem as mãos feridas, nota ele.
- Não é nada, diz ela.
No entanto, convence-a a entrar num café e fica à espera que vá lavar as mãos. À saída, vão na mesma direção e ele acompanha-a. Começa a estar atrasado, mas acha-a bonita e acaba por convidá-la para jantar. Só que não consegue mais do que uma amável recusa.
Passa uma semana. Ao sair de casa de manhã, ela enfia distraidamente a mão no bolso do casaco e descobre um cartão-de-visita. Não reconhece o nome que tem inscrito nem se recorda de o ter guardado. Vai trabalhar intrigada com aquele cartão. Finalmente, derrotada, liga para o número e uma voz pergunta-lhe.
- Como estão suas mãos?
Ela cerra os olhos, já arrependida de ter ligado.
- Como é que o seu cartão estava no meu casaco?
 - Fui eu, confesso, meti-o sem você reparar, tinha esperança que me ligasse.
- Só liguei porque não sabia de quem era, replica ela, um pouco brusca.
Despede-se de forma atabalhoada, desliga. Ainda assim, ele não desanima e envia-lhe uma mensagem a convidá-la novamente para jantar. Ela responde.
- Não posso!
- Então amanhã, ou depois, ou depois, ou depois.
Normalmente ela diria que não, mas ele insiste tanto que pensa.
 “- Porque não?
E, depois de uma longa negociação por mensagem, concorda em almoçar.
- É sempre assim tão persistente? Pergunta-lhe.
Ele espreita por cima do menu, sorri, faz que sim com a cabeça.
- E agora, qual é a sua ideia?
A pergunta surpreende-o, mas encolhe os ombros.
- Agora, diz, almoçamos, depois logo vemos onde isto nos leva.
- Isto? Repete ela, hum, e baixa os olhos para o seu menu a pensar que ele é um convencido. No entanto, sente-se desafiada, e uma voz no canto do seu cérebro segreda-lhe
" - Pois, vamos ver onde isto nos leva!
Passou um ano. Ele costuma dizer a brincar que ela tem uma certa queda por si, ao que ela responde.
- Tenho outras formas de chamar a atenção e não costumo atirar-me assim de cabeça, mas, sim, que ele é irresistível.
Ainda se riem da forma como se conheceram. Um dia, dizem.
"- haverão de contar esta história aos seus filhos.

(05/05/2013)
Joaquim Rodrgues

"Regresso à Inocencia" (HD) Joaquim Rodrigues


"Dia da Mãe"

(Joaquim Rodrigues)
Mãe! Se o teu coração.
Fosse de vidro.
Eu poderia ver.
Como tu choras por dentro.
 
Tu és forte, batalhadora.
E talvez seja por isso.
Que não deixas.
Ninguém perceber.
A tua tristeza.
 
Mãe, quando te vejo triste.
Me dá tanta vontade.
De te pegar no meu colo.
E te fazer um carinho.
 
Se eu fosse grande.
Eu te pegava em meu colo.
E te levava comigo.
A passear num barquinho.
 
Eu ia conher a rosa mais linda.
No nosso quintal.
E te oferecia mãe.
Te dava muitos beijinhos.
Até te ver sorrir.
 
E assim eu ia ajudar.
A meteres fora.
Toda essa tristeza.
Dentro de ti guardada.
E te pegava no colo,
 
Ou será que gente grande.
Não gosta de colo?
Feliz dia da mãe.
Minha mãe querida.
 
(05/05/2013)
Joaquim Rodrigues

"Juntos Caminhando" (HD) Joaquim Rodrigues


"Eu e Tu"



De mãos dadas, campos fora.
Sempre em frente, nós corremos.
Que belo instante, o de agora.
Assim feliz nós vivemos.
 
Corremos entre o verde e a cor.
Só tu e eu, e mais ninguém.
Que singelo, e belo, nosso amor!
Para mim, o maior bem.
 
É ter-te, pertencer-te.
Sempre preso a esse teu olhar.
Eu quererei, se puder ser.
Para sempre assim ficar.
 
Meu prazer é meu sonho, meu querer.
Tenho muito amor, e carinho para dar.
Minha dama, minha amada, meu amor.
Quero seguir Juntinho a ti até morrer.
E só parar, para te amar.
 
(05/05/2013)
Rodrigues Joaquim

"Meu Amor" (HD) Joaquim Rodrigues


"Silencio ao Jantar"

(Joaquim Rodrigues)
Um silêncio pautado por gestos lentos marca a rotina tranquila do jantar. À mesa, o casal ensimesmado é como que uma ilha serena rodeada de águas alvoroçadas. Perto dele, um grupo de jovens contrasta com uma vozearia animada, e outras mesas mais completam a sala do restaurante cheia de conversas descontraídas de sábado à noite.
Tanto ele como ela já passaram dos sessenta e vão entrando sem sobressaltos no ocaso de uma vida que nem sempre foi desenhada pelas escolhas mais certeiras, ou, enfim, sem arrependimentos. Mas foram as que foram e ambos acreditam que já não vão a tempo de as corrigir. Ele molha uma tosta no pratinho de azeite, leva-a à boca, mastiga-a demoradamente, em silêncio. Ela observa-o sem qualquer perplexidade. Conhece-lhe os silêncios tão bem quanto é capaz de lhe antecipar as respostas. Se lhe perguntasse agora o que está a pensar, ele demoraria uma pequena eternidade a responder para, finalmente, dizer.
- Nada.
Como se fosse possível ser um vazio de ideias enquanto mastiga uma tosta. Por isso, não lhe pergunta. E, no entanto, gostaria que ele dissesse qualquer coisa, nem que fosse para embirrar, para sacudir a apatia em que vai soçobrando a sua companhia. Houve um tempo em que ele ponderou mudar tudo, ousou sonhar de novo. Quis outro rumo com outra mulher. Ainda hoje acredita que era a mulher da sua vida. Mas não foi capaz de trocar uma vida pela outra, de enfrentar a dúvida da mulher certa pela mulher perfeita. Houve um tempo em que tudo ainda era possível, mas claudicou, faltou-lhe a coragem. Ela bebe um gole de água, pousa delicadamente o copo no lugar exato onde estava, cumprindo o espírito metódico de que nem se apercebe. Ele observa-a a limpar a boca com o guardanapo. Sabe que o ama mais do que o tolera, mais do que ele a tolera sem mágoa, pois não tem uma crítica para ela, nada que o incentive a detestá-la. Reconhece-lhe a dedicação exemplar, apesar da desilusão, apesar de saber que não merece o amor dela, e a única forma que tem para a recompensar é cumprir a promessa íntima de ficar com ela até ao fim.
O empregado serve-os. Comem com vagar, num silêncio entrecortado por comentários breves que não dão azo a verdadeiras conversas. Por vezes, fica-lhes a impressão de que não têm nada a dizer um ao outro, que não seriam capazes de falar cinco minutos de um assunto em comum ou de uma futilidade qualquer. Pagam a conta, ele ajuda-a a vestir o casaco, saem do restaurante, vão caminhando ao frio para casa, perto. Um ligeiro assomo de culpa leva-o a dar-lhe o braço, sem saber que ela leva sempre um sentimento de gratidão por ter ficado quando podia ter partido.

(03/03/2013)
Joaquim Rodrigues:

"Só Amor" (HD) Joaquim Rodrigues


"Confesso"



Todos nós, já nos apaixonamos,
Pelo menos, uma vez na vida,
Mas eu prometo,
Que na próxima vez que, eu me sentir assim!
Vou parar por uns segundos,
E pensar, no que se está a passar na minha cabeça!
Mas sinceramente, tenho que confessar.
Esta sensação que a gente sente.
É tão agradável!
 
(05/05/2013)
Joaquim Rodrigues