O meu blog: “histórias do coração” ele mostra a beleza e todas as maravilhas que existem em nossas vidas em todos nossos sentimentos tudo em forma encantadora de palavras que nos saem do meu coração, um coração que acredita na vida na felicidade de tudo que a vida nos reserva. O meu coração é um livro sobre o amor que vivem na minha alma. (Aqui encontramos poemas, música, e histórias da vida real) (Joaquim Rodrigues)
segunda-feira, 11 de março de 2013
"O DIA DA MINHA AVÓ"
Parece que ainda estou a ver a minha avó ao longe na sua silhueta descontraída, vestida de tarde, essa sim era uma mulher, e nunca lhe fizeram homenagem alguma por ter sido mulher. (hoje a mulher tem muitas vénias, tem até o seu dia internacional).Subia a ladeira na calma amarelada do dia que suportava uma beleza silenciosa. Era já velha com os seus noventa anos (a idade não serve só para envelhecer), magra, de mãos enroladas, vestida de negro, rosto cansado pelos tantos anos já vividos sobre aquela face que, tantas tardes, como aquela já viu e viveu. Sobe com a energia possível, carregada de umas sacas de quilos de compras, que ao passar pela mercearia ela as tinha pedido que as pesasse.
Quando chegava ao cimo chegava transpirada mas feliz, ela era muito feliz, o que não entendo é que era feliz para que todos os outros o fôssemos, principalmente os que a rodeava como eu hoje sei que era verdadeira e pura, a felicidade da minha avó.
No Dia Internacional da Mulher, é bonito, fica mesmo bem, é fixe tecer comentários elogiosos sobre a mulher. Quase nenhum especialista que se pronuncia pelos média, a torto e a direito, e pretende exibi-la como género superior a expõe, e a apresenta como a origem de conflitos.
Ninguém a quer ver como personagem capaz de incendiar uma casa, estragar uma relação, de levar aos arames uma companhia, uma família. A mulher de hoje não é a mãe querida, que se torna na avó querida de outrora, e da fantasia, que se perdia por entre tachos e panelas, e que nos criava sempre debaixo da saia, com o amor e o carinho de mulher, que reluzia por dentro.
A mulher do tempo moderno não é deusa, e é cada vez mais espécie do sexo feminino, mais capa de revista, do urbano e mundano, e menos da cozinha e do consenso sociofamiliar. Sobre ela atraem necessidades novas, apelam exigências sociais que moldam para padrões de vida exigentes e egoístas, às vezes degradantes, que lhe induziram características que não a beneficiam, antes a despem, antes a tomam mais dependente, insatisfeita, mais objeto, que outros mais bem-intencionados a anunciam como revolução e emancipação. Coisa polémica será sempre a mulher de hoje! Para mim, a minha Avó, hoje como sempre, merece uma homenagem.!!!
No Dia Internacional da Mulher, é bonito, fica mesmo bem, é fixe tecer comentários elogiosos sobre a mulher. Quase nenhum especialista que se pronuncia pelos média, a torto e a direito, e pretende exibi-la como género superior a expõe, e a apresenta como a origem de conflitos.
Ninguém a quer ver como personagem capaz de incendiar uma casa, estragar uma relação, de levar aos arames uma companhia, uma família. A mulher de hoje não é a mãe querida, que se torna na avó querida de outrora, e da fantasia, que se perdia por entre tachos e panelas, e que nos criava sempre debaixo da saia, com o amor e o carinho de mulher, que reluzia por dentro.
A mulher do tempo moderno não é deusa, e é cada vez mais espécie do sexo feminino, mais capa de revista, do urbano e mundano, e menos da cozinha e do consenso sociofamiliar. Sobre ela atraem necessidades novas, apelam exigências sociais que moldam para padrões de vida exigentes e egoístas, às vezes degradantes, que lhe induziram características que não a beneficiam, antes a despem, antes a tomam mais dependente, insatisfeita, mais objeto, que outros mais bem-intencionados a anunciam como revolução e emancipação. Coisa polémica será sempre a mulher de hoje! Para mim, a minha Avó, hoje como sempre, merece uma homenagem.!!!
11/03/2013)
Joaquim Rodrigues:
"A VARANDA"
- Não fumo, disse.
Comentou que era agradável aproveitar aquela varanda num dia soalheiro. Ela concordou. Continuou a falar. Não era o seu gênero meter conversa, muito menos sair-se bem, mas estava inspirado, eloquente, bem-disposto, fê-la rir-se com gosto. À frente deles estendia-se um extraordinário jardim desenhado à tesoura, com sebes geometricamente recortadas. A conversa fluiu pela tarde, continuou durante um passeio tranquilo pelo jardim florido, acabou de novo na varanda com o Sol mortiço, uma chávena de chá. E, no final do dia, ficaram com a sensação de se conhecerem há muito. Convidou-a para jantar, ela recusou.
- Hoje não posso, disse, mas talvez amanhã, se nos encontrarmos aqui.
- Combinado, respondeu, entusiasmado.
- Combinadíssimo, reforçou ela, sorridente.
No entanto, no dia seguinte não compareceu ao encontro e, ainda hoje, ele não sabe porquê. Não estava hospedada no hotel e não havia forma de a localizar, perdeu-lhe irremediavelmente o rasto. Contudo, ficou sempre aquela impressão de se entenderem perfeitamente, de natural cumplicidade. Agora, sentado à mesma mesa, fecha os olhos e imagina que, ao reabri-los, a descobre sentada ali ao lado como na primeira vez. Isso não acontece, evidentemente. Mais tarde, ao sair do hotel, cruza-se com uma mulher de cabelo loiro quase branco no preciso momento em que o empregado o chama, trazendo uma chave esquecida, e ele, voltando-se para o homem, não dá atenção ao vulto que passa por trás de si. Ela também não lhe vê o rosto e não o reconhece de costas. Ele vai-se embora e ela vai sentar-se na varanda, à mesma mesa de sempre, onde, por vezes, gosta de aproveitar o sol e imaginar como seria se ele aparecesse de repente e retomassem a conversa como se não tivessem passado dez anos.
(10/03/2013)
Joaquim Rodrigues:
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