O meu blog: “histórias do coração” ele mostra a beleza e todas as maravilhas que existem em nossas vidas em todos nossos sentimentos tudo em forma encantadora de palavras que nos saem do meu coração, um coração que acredita na vida na felicidade de tudo que a vida nos reserva. O meu coração é um livro sobre o amor que vivem na minha alma. (Aqui encontramos poemas, música, e histórias da vida real) (Joaquim Rodrigues)
domingo, 9 de junho de 2013
" A História"
Há uns meses atrás, um certo dia, ela pediu-lhe que escrevesse uma história onde ela se podesse ver nela, a sua história. Ele no momento logo pensou que talvez ela o estivesse obrigar a escrever a história mais difícil que até ali conseguiu escrever, e se a vida dela, dava uma história de vida, ela não prometeu narrar a mesma, de maneira que o desafio é escrever uma história a partir do nada, de um ecrã de computador em branco, sem qualquer ideia senão as palavras dela a ressoarem no seu pensamento.
- Escreve-me uma história.
Ele coça a cabeça, embaraçado. Está no emprego, a roubar tempo ao trabalho e a pensar.
“Por que raio é que ela me pede que lhe escreva uma história se não sou escritor e não escrevo nada de jeito?”
Ele não quer dar-se como derrotado, mas, ao fim de uma hora sentado ao computador, começa a sentir-se desesperado, sem uma ideia decente. E, no entanto, mantém-se determinado em escrever algo que a faça feliz. Então, lembra-se que pode comprar-lhe um ramo de flores e escrever-lhe umas palavras bonitas num cartão. Não será a história que lhe pediu, mas espera compensar a sua incapacidade com as flores.
Olha para o relógio, o dia está a acabar e verifica que tem pouco tempo antes de a florista fechar. Agarra no casaco e vai-se embora, com pressa, antes da hora de saída. Quando chega, a porta já está fechada. Espreita pelo vidro, não vê a florista, mas há um rapaz a varrer a loja. Bate no vidro, o rapaz apoia-se indolentemente na vassoura, faz-lhe sinal de que já fecharam, recomeça a varrer.
Volta a bater, o rapaz olha para fora, aborrecido, lá se decide a arrastar os pés até à porta, abre. Pede-lhe para lhe vender um ramo de flores. Responde-lhe que só está ali para varrer e não sabe nada de flores. Pensa que também não percebe nada de histórias e tem uma para escrever.
- Vamos improvisar, afirma, acenando-lhe com uma nota de vinte.
O rapaz rola os olhos, contrariado, guarda a nota no bolso, convida-o a entrar.
No autocarro, coloca o ramo de flores no lugar livre ao seu lado e concentra-se no cartão com uma caneta na mão. Um homem, de pé no corredor, desequilibra-se com uma guinada do condutor e aterra em cima do ramo de flores. O homem olha para ele com um sorriso culpado, antes de voltar a levantar-se.
Senta-se num banco público, na rua, desanimado. O ramo de flores arruinado está enfiado no caixote de lixo ali ao lado. Ela está à sua espera para jantar e não tem nada para lhe oferecer. Nem história nem flores. Subitamente, surge-lhe uma ideia e percebe que já tem a sua história!
Quando ela abre a porta oferece-lhe uma garrafa de náufrago com uma folha enrolada no interior. Ela retira a folha e lê a história que ele escreveu e que começa assim.
"As vicissitudes de um pobre apaixonado para agradar, à namorada."
Depois de ler, abraça-se a ele, emocionada.
- É uma história bonita, afirma, melhor do que ficção e melhor do que um ramo de flores.
Ele sorri, aliviado, até ela acrescentar.
- Querido estive a pensar numa coisa.
(09/06/2013)
Joaquim Rodrigues
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