O meu blog: “histórias do coração” ele mostra a beleza e todas as maravilhas que existem em nossas vidas em todos nossos sentimentos tudo em forma encantadora de palavras que nos saem do meu coração, um coração que acredita na vida na felicidade de tudo que a vida nos reserva. O meu coração é um livro sobre o amor que vivem na minha alma. (Aqui encontramos poemas, música, e histórias da vida real) (Joaquim Rodrigues)
domingo, 7 de abril de 2013
"Mágoas"
Minhas mágoas tantas são.
Mas não as conto a ninguém.
Guardo-as no meu coração.
E levo-os para o Além.
Hei-de fazer por sorrir.
Mesmo sem vontate ter.
Já que sabendo mentir.
Poderei menos sofrer.
Pensar na vida, na morte.
Chorar um amor perdido.
Lamentar a minha sorte.
Não, não, não quero pensar.
Quero é ter força, e calor.
Quero rir, quero folgar.!
(07/04/2013)
Joaquim Rodrigues
"O Lago dos Cines"
Em passeio pelo jardim num domingo feliz, param frente ao lago onde dois cisnes nadam graciosamente lado a lado. Ela lembra-se de algo que leu algures e comenta.
- Sabes que os cisnes são animais que acasalam para toda vida, nunca se separam?
Ele gosta da ideia e, realmente, pensa que também são assim, que vão ficar juntos para a vida.
Ela regressa ao lago muito tempo depois, numa manhã de domingo cinzenta, e encontra o casal de cisnes partilhando com a mesma cumplicidade de sempre os bocados de pão que as crianças lhe atiram. Passaram quatro anos desde a última vez que esteve ali com ele e, vendo agora o casal de cisnes, sente uma infinita tristeza por não terem cumprido o desejo de ficarem juntos.
Acabaram separados devido a uma série de equívocos, nós pouco firmes que lhes embaçaram a vida, mas que o tempo foi desatando e hoje lhe parecem irrisórios. Ele sempre lhe disse que o tempo resolve tudo, no entanto, ela não acreditou.
Senta-se num banco à beira do caminho que contorna o lago e ali fica, hipnotizada com os cisnes, a ponderar as decisões do passado, o que fez, o que poderia ter feito. Cai uma chuva miudinha de que não se dá conta, cai uma lágrima pelo seu rosto. Há nela uma infelicidade perene que a faz pensar que ele não tinha inteira razão quando dizia que o tempo resolvia tudo, porque o tempo não lhe devolveu a alegria.
(Joaquim Rodrigues) |
Ela sente que vai adiando tudo e que, sem se dar conta, a vida vai passando. Tem dias cheios, que a absorvem e, de noite, só lhe resta energia para se deixar cair no sofá a dormitar em frente à televisão, no entanto, não consegue ultrapassar a impressão de que não está verdadeiramente a viver, mas apenas à espera de algo que lhe devolva a felicidade.
O jardim já ficou para trás quando o telemóvel vibra no bolso. Ele tira-o e lê a mensagem dela.
“Os cisnes ainda estão juntos no lago.”
Sem pensar duas vezes, vira o volante, passa por cima do traço contínuo, faz inversão de marcha e acelera sem ligar às buzinas de protesto. Não passaram nem cinco minutos desde que ela enviou a mensagem e, de repente, ali está ele, sentado ao seu lado, quatro anos depois, de olhos postos no lago, a ver os cisnes.
- Como chegaste aqui tão depressa? Pergunta-lhe, perplexa.
- Eu sou como os cisnes, também estou sempre perto de ti.
Ela sorri, aliviada.
- Deve ser destino, diz.
Ele encolhe os ombros.
- Pode ser, afirma, mas eu chamo-lhe amor.
(07/04/2013)
Joaquim Rodrigues
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