O meu blog: “histórias do coração” ele mostra a beleza e todas as maravilhas que existem em nossas vidas em todos nossos sentimentos tudo em forma encantadora de palavras que nos saem do meu coração, um coração que acredita na vida na felicidade de tudo que a vida nos reserva. O meu coração é um livro sobre o amor que vivem na minha alma. (Aqui encontramos poemas, música, e histórias da vida real) (Joaquim Rodrigues)
quinta-feira, 16 de maio de 2013
"As Pontas do Cabelo"
- hmmmm, não sei. Não sei mesmo, o que é que tu tens de novo?
- Vá lá. Tenta. Já disseste algumas coisas contínuas.
- Os sapatos. São os sapatos. São? Esses sapatos são novos? Não tinhas já esses sapatos?
- Frio, muito frio. Já, já tinha estes. Até os comprei contigo. Já os tenho há uma data de tempo.
- Não sei então! A sério, não sei mesmo. Estou aqui há cinco minutos a dizer se é disto, se é daquilo, já estou a ficar um bocado sem juízo. Diz lá.
- Não digo. Repara tu. Não desistas. Tem mais graça assim. Faz um esforço.
- Já disse que não sei. Um esforço estou eu a fazer desde que cheguei.
- Não notas nada?
- Não, já disse que não noto nada.
- Não vês nada diferente em mim? Não há nada um bocadinho diferente?
- Mas tu estás a gozar comigo? Não, não noto nada diferente. já te disse. E começo a achar que sim, que estás a gozar comigo.
- Não, não estou a gozar contigo. Pensava é que ias reparar. É só isso.
- Pois, eu também pensava que ia reparar. Quando perguntaste se eu não tinha notado nada diferente em ti, até me senti mal por não ter dado conta. «É o costume», já sei que é o que tu vais dizer. Mas palavra que eu não consigo perceber o que é.
- Então faz um esforço, bolas! Esforça-te. Procura. Puxa pela cabeça. Olha para mim com olhos de ver. Se estou a perguntar-te é por alguma razão, não achas?
- Mas eu já olhei. Não faço outra coisa desde que perguntaste.
- Sabes o que é que eu acho? Que tu não reparas em mim. Agora a serio. Não reparas, pois não? Não olhas para mim, sequer. Vivo contigo há cinco anos, mas tu não olhas para mim. Eu podia ter o cabelo a arder, vestido de baiana, um macaco em cima do ombro, que tu não ias reparar. Nem sei bem se tu me conheces. A sério. Não faças essa cara, estou a falar a sério. Tu não me conheces.
- Oh, valham-me os santinhos. Para o que havíamos de estar fadados a esta hora da noite. São oito horas. Tenho fome. Vamos jantar. Não sei o que te deu nem de onde é que veio essa conversa. Não amues, vá lá.
(Joaquim Rodrigues) |
- Eu não estou a amuar. Estou só triste porque tu não reparaste. Nunca reparas em nada. Se não for eu a chamar-te a atenção, tu nem olhas para mim. - Mas reparar no quê? Reparar no quê? Já te perguntei se tinhas cortado o cabelo. Disseste que não. Não arranjaste os dentes. Não tens uns óculos novos. A tua cara está igual ao que estava hoje quando saí de casa. Esse casaco é o mesmo. Acho. Essas calças são as mesmas. Os sapatos, pelos vistos, também. Palavra de honra, não sei o que queres que eu note de diferente em ti. Não aumentaste de peso num dia. Não diminuíste de peso. Eu não sei o que possa ser. Só sei que estou com fome e estamos aqui há uma data de tempo porque tu estás a amuar.
- Já te disse que não estou a amuar. Olha, é o cinto. Estás contente? É o cinto?
- O cinto? Tu estás a fazer este escarfeu todo por causa da porra do cinto? Tu estavas à espera de que eu reparasse nisso? E ficaste assim porque eu não reparei num cinto?
- Eu estou-me nas tintas para o cinto. Quero é que tu repares em mim.
- Mas eu reparo em ti querido. Só não tenho muita pachorra quando tens esses ataques de diva e pareces uma gaja. A sério. As mulheres é que ficam assim quando os maridos não reparam que elas cortaram meio centímetro de cabelo porque tinham as pontas espigadas. Ou quando não veem que elas têm uma cor de Báton nova. Vá não amues,
- Não estou amuado.
- Então anda jantar.
- Não vou. Não tenho fome. Vou ficar aqui. De braços cruzados. Eu e o meu cinto novo. Aquele em que tu não reparaste.
(16/05/2013)
Joaquim Rodrigues
"O Amor e o Tempo"
(Joaquim Rodrigues) |
Pela montanha alcantilada.
Todos quatro em alegre companhia.
O Amor, O Tempo, a minha Amada.
E eu, subia-mos um dia.
Da minha amada no gentil semblante.
Já se viam indícios de cansaço.
O amor passava-nos adiante.
E o tempo acelerava-nos o passo.
- Amor, amor! Mais devagar!
Não corras tanto assim, que tão ligeira.
Não pode com certeza caminhar.
A minha, doce companheira!
De súbito, o amor e o tempo, combinados.
Abrem as asas trémulas ao vento.
- Porque voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis? Neste momento?
Volta-se o amor e diz com azedume.
- Tende paciência, amigos, meus!
Eu sempre tive este costume.
De fugir com o tempo.
Adeus, adeus!
(16/05/2013)
Joaquim Rodrigues
Assinar:
Postagens (Atom)