O meu blog: “histórias do coração” ele mostra a beleza e todas as maravilhas que existem em nossas vidas em todos nossos sentimentos tudo em forma encantadora de palavras que nos saem do meu coração, um coração que acredita na vida na felicidade de tudo que a vida nos reserva. O meu coração é um livro sobre o amor que vivem na minha alma. (Aqui encontramos poemas, música, e histórias da vida real) (Joaquim Rodrigues)
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
"Nunca Mais"
Depois de uma doce noite de amor, ela levanta-se da cama e atira-lhe a sentença brutal.
- O meu marido volta amanhã e não podes vir cá a casa nunca mais. Aliás, não me telefones, não me procures, esquece que eu existo.
Ele senta-se na cama, aparvalhado, pensando o que dizer, por fim responde-lhe exatamente isto.
- Não queres voltar a ver-me. E isto, hoje? Diz ele, apontando para a cama dela, do marido, e onde ele se encontra despido, sem compreender o que lhe deu.
- Isto, replica ela já a vestir-se, foi a última vez. Ponto final.
- Julguei que me amavas, protesta ele, perplexo com o alarde de frieza dela.
- Julgaste mal. Gosto de ti, mas não te amo.
- Enganaste-me, então, conclui, descoroçoado, saindo também da cama, numa desorientação, à procura da roupa espalhada pelos destroços do amor, no chão, enrodilhada nas cobertas atiradas para trás. Ela enfia uma camisola pela cabeça e desponta indignada com a acusação dele.
- Enganei-te?! Não digas disparates. Não sabias que eu era casada?
- Sim, claro que sabia.
- Não sabias que o meu marido voltaria em breve?
- Sabia, mas o que tem isso a ver com...
- Alguma vez te disse que o deixaria para ficar contigo?
- Não, não disseste.
- Então, talvez te tivesses enganado a ti próprio, e não eu, que te enganei.
Ele percorre cabisbaixo o corredor que conduz à porta da rua. Ela segue-o. Ele abre a porta e volta-se, destroçado.
(Joaquim Rodrigues) |
- Não, meu querido, não quero. Dá-lhe um beijo na testa. Agora vai lá para casa, ter com a tua mulher.
Ele chega à rua, dirige-se para o carro a pentear-se com os dedos, senta-se ao volante a olhar em frente, com a chave na mão pousada no colo. Não quer acreditar no que acabou de lhe acontecer. Conheceu-a há um mês, viveram quatro semanas loucas, enquanto o marido estava para fora numa viagem de trabalho.
Apaixonou-se, está louco por ela e, bem, não imagina que ela faz sempre isto, tem um amante ocasional quando o marido se ausenta algumas semanas, mas depois regressa à sua vida normal. Quando ele está, é dedicada, não quer confusões. Ele respira fundo, leva a chave à ignição, a pensar no erro monumental que cometeu.
Nessa mesma tarde ele separou-se da mulher, saiu de casa. Estava eufórico. Ia dar-lhe a boa notícia quando ela anunciou que não o queria voltar a ver.
(23/09/2013)
Joaquim Rodrigues
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