O meu blog: “histórias do coração” ele mostra a beleza e todas as maravilhas que existem em nossas vidas em todos nossos sentimentos tudo em forma encantadora de palavras que nos saem do meu coração, um coração que acredita na vida na felicidade de tudo que a vida nos reserva. O meu coração é um livro sobre o amor que vivem na minha alma. (Aqui encontramos poemas, música, e histórias da vida real) (Joaquim Rodrigues)
sábado, 23 de março de 2013
"Ciúme"
- Quem era aquele?
- Quem?
- Aquele gajo com quem estavas a falar.
- Qual gajo?
- Qual gajo…aquele com ar de Betinho. Com sapatos de vela e camisa de ganga. Ao pé dos iogurtes. - Um muito alto? De olho azul? Era o Nuno. Meu colega. Do contencioso. Já te falei dele.
- Ui… o que tem a mania que engata as miúdas todas do escritório? Ah é esse? Pois, faz sentido.
- O que é que faz sentido? Olha esta agora. O ciúminho a atacar no supermercado.
- Eu não estou com ciúmes. Tu é que estavas toda derretida a falar com ele. Ainda bem que estavas na zona dos frios.
- Oh, meu amor. Estás mesmo com ciúmes… Vá lá, já passou… pronto, pronto. Eu não fico chateada. Mas não te estiques.
- Eu não estou a esticar-me. Ele é que estava a esticar-se para cima de ti. E tu estavas a achar piada.
- Mau! Mas tu estás parvo? O Nuno é meu colega, dou-me bem com ele. Era o que faltava não poder cumprimentar as pessoas, só porque o meu querido resolve fazer uma cena de ciúmes no meio das hortaliças.
- Está bem. Sou eu que estou a ver coisas, agora. O tipo estava todo meloso para ti. Não sei o que é que estava a dizer, mas tu estavas a achar muita piada. Das minhas piadas não te ris assim.
- Olha, se não sabes o que é que ele estava a dizer, foi porque não quiseste. Se me viste a falar com alguém, podias ter-te aproximado e eu apresentava-to. Aliás, era melhor isso do que estares a espreitar e a fazer essa figura.
- Não foi preciso espreitar nada. Tu estavas no meio do corredor. Á frente de toda a gente. E não me aproximei porque vocês estavam tãããão íntimo, que não quis estragar o momento.
- Sim, quando eu quero que se metam comigo abanco ao pé dos iogurtes e da manteiga à espera que me façam olhinhos. Olha, estás a esta distância de ficar aqui sozinho. Levas tu os sacos para casa que te lixas. Eu vou à minha vida. Já foste buscar o leite?
- Não. Vou depois. És tu que tens a lista. Eu só estou a falar do que vi. E não gostei.
- Não gostaste, problema teu. Já te disse que devias ter-te aproximado e eu apresentava-to. Se eu te visse com uma gaja no supermercado, julgas que ficava a observar de longe e a fazer um filme na minha cabeça?
- E porque é que estavas tão simpática?
- Mas eu não estava simpática por ser ele. Eu sou simpática sempre. Bolas, estás a enervar-me! Eu trabalho com ele, vejo-o todos os dias. Ainda hoje almoçamos.
- Almoçaste com ele?
- Com ele e com mais gente. Com ele, com a Elisabete, a Marta e o Luís. Que tu conheces.
- Curiosamente só não o conheço a ele.
- E hoje perdeste uma boa oportunidade de o conhecer. Ele até perguntou pelo meu namorado. Achou estranho eu estar sozinha.
- Disseste que eu era um tipo grande e forte e inteligente e com sentido de humor?
- Não! Disse que és um idiota e que fazes cenas de ciúmes típicas de um adolescente.
- Se o gajo fosse baixinho e gordo tu não lhe achavas tanta piada.
- Se ele fosse baixinho e gordo tu não tinhas ficado tão roído.
- Deve ser o rei do escritório. E tem ar de convencido. É casado?
- Divorciado. Mas tem namorada.
- Coitada. Deve ter um belo par de cornos.
- Sei lá se ela tem um par de cornos. Não falo com ele sobre essas coisas. É um tipo divertido, dou-me bem com ele e mais nada. Vá, dá-me um beijo, ó ciumento.
- Vai pedir um beijo ao teu colega.
(23/03/2013)
Joaquim Rodrigues
"A Carroça Vazia"
A meio do passeio meu pai parou de repente, e depois de um pequeno silêncio perguntou -me.
- Além do cantar dos pássaros, tu ouves mais alguma coisa Joaquim?
Apurei meus ouvidos durante alguns segundos, e respondi a meu Pai.
- Estou a ouvir o barulho de uma carroça.
- Isso mesmo, respondeu meu pai. É uma carroça vazia.
- Uma carroça vazia? - Pai como podes saber que é uma carroça vazia, se ainda não a vimos?
- Pois não Joaquim, ainda não a vimos, mas é fácil saber que é uma carroça vazia, por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz.
As coisas que a gente aprende com nossos Pais. Hoje passado tantos anos quando vejo uma pessoa a falar demais interrompendo a conversa de toda gente, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo.
“Joaquim, Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho filho, lembra-te sempre disso”
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