O meu blog: “histórias do coração” ele mostra a beleza e todas as maravilhas que existem em nossas vidas em todos nossos sentimentos tudo em forma encantadora de palavras que nos saem do meu coração, um coração que acredita na vida na felicidade de tudo que a vida nos reserva. O meu coração é um livro sobre o amor que vivem na minha alma. (Aqui encontramos poemas, música, e histórias da vida real) (Joaquim Rodrigues)
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
"Uma Surpreendente Paixão"
Há muito tempo, ela tem um segredo que não lhe conta. Porém, esse segredo impede-a de continuar com ele e, assim, contra toda a certeza do seu instinto, abandona-o miseravelmente com a alma num pranto. Escorraça-o sem um pingo de piedade, sem um sinal de compaixão. Diz-lhe que não o ama, não o quer, que a deixe de uma vez. Ofende-o com a insensibilidade que desmente os seus verdadeiros sentimentos, contraria tudo o que ela o deixou pensar na última semana de arrebatamento, vira costas e afasta-se, entra no comboio que a levará a casa, senta-se à janela com uma primeira lágrima a escorrer-lhe pelo rosto.
Ele fica no início do cais, incrédulo, a vê-la subir para a carruagem. E ela não se atreve sequer a espreitar por cima do ombro, receando não se conter e saltar do comboio e correr para os seus braços. Ele espera pelos primeiros solavancos tímidos dos vagões, enfia as mãos resignadas nos bolsos do casaco e retira-se, enfim, indo em direção à saída da estação.
Ela tem algumas horas de viagem para se recompor, limpa os olhos marejados de uma mágoa surpreendente. Pergunta-se como foi possível apaixonar-se em cinco dias. Era só uma semana de trabalho bastante atarefada, reuniões e debates num agradável hotel à beira-mar. Sabe que foi irresponsável, que se deixou ir sem pensar. Sabe que não devia ter dado aquele passeio pela praia, que não devia ter ficado a conversar com ele à lareira, na sala, nem, finalmente, ter subido ao quarto na sua companhia.
Pensa no marido, na filha pequena, diz a si própria que tudo não passou de um desvario, de um deslize que vai calar fundo e jamais se repetirá. Sente-se aliviada por não lhe ter contado que era casada e por não lhe ter dado nenhum contacto pessoal. Procura convencer-se de que voltará à sua rotina normal e esquecer. No entanto, já vai no fim da viagem e continua a não encontrar uma explicação razoável para o sentimento tão forte que teve por ele, que tem, como nunca teve por ninguém. Não o verá mais, supõe, fora de questão, não pode, mas parece-lhe tremendamente injusto que seja assim.
(Joaquim Rodrigues) |
Ela hoje é uma mulher divorciada seu casamento nunca mais foi o mesmo desde que eles se deixaram de ver. Foram muitas as vezes que pensou nele que o procurou, mas nunca o encontrou, desistiu.
Nas suas costas ele ouve vozes femininas, pessoas que acabam de chegar ao bar, mas não dá importância, contínua com olhar profundo a fumar o seu cigarro a imaginar como é sobrenatural a força que o mar tem.
Ela depois de sentada com a sua melhor amiga muda de cor como quem desfalece, amiga preocupada pergunta.
- Estás bem?
Ela abana a cabeça afirmativa, mas a emoção a faz passar a mão na cara para limpar a lágrima que escorre no seu rosto, amiga volta a perguntar.
- Então? O que se passa contigo? Queres ir embora?
Ele ao ouvir a conversa das suas vizinhas de esplanada deixa por minutos de olhar o mar e volta-se para trás. E quando os seus olhos se encontram, ficam ali se olhando por segundos sem forças, sem palavras, frente a frente, olhos, nos olhos.
- Ok, já percebi tudo, responde amiga.
(13/10/2013
(Joaquim Rodrigues)
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