O meu blog: “histórias do coração” ele mostra a beleza e todas as maravilhas que existem em nossas vidas em todos nossos sentimentos tudo em forma encantadora de palavras que nos saem do meu coração, um coração que acredita na vida na felicidade de tudo que a vida nos reserva. O meu coração é um livro sobre o amor que vivem na minha alma. (Aqui encontramos poemas, música, e histórias da vida real) (Joaquim Rodrigues)
sexta-feira, 22 de março de 2013
"A Sónia e o Facebook"
“Eu especialmente”.
É fácil perder o rasto a alguém quando se vive numa cidade grande. De vez em quando, nas jantaradas ou encontros acidentais com antigos colegas, falava-se dela. Já nem o nome lembrava, mas nunca mais ninguém a tinha visto. Mas até nisto eu sou um herói, porque foi na semana passada que eu a encontrei! O pior é que não foi no supermercado, no cinema ou na rua. Foi mesmo nesse sitio onde as pessoas se encontram todas hoje, “O Facebook”.
- Será ela? Caramba! Está diferente. Não, não pode ser. Não pode ser nisto que se tornou aquela miúda interessante, com um sorriso lindo, que me encantava, (secretamente) cabelo comprido, lábios carnudos e as outras coisas todas, do primeiro parágrafo. Safa! Parece careca rapou o cabelo? Porquê? Era tão lindo o cabelo dela! O cisne gracioso de pernas altas e brancas, e movimentos elegantes se transformou num patinho feio com mau aspeto, com dentes estragados.
Mas infelizmente era ela sim! Tinha casado e tido dois filhos um rapaz e uma menina, mas se encontrava muito doente, e mais não disse, eu também não forcei porque com a doença não se brinca. Mas hoje já sei o que aconteceu à minha apaixonada secreta do tempo de liceu a infelicidade lhe tinha batido à porta, tinha ficado sem um seio, devido a um “câncer” que lhe tinha aparecido durante a gravidez da menina seu segundo filho. Os colegas antigos de liceu os que mantiveram o contacto e os outros todos que o Facebook reuniu virtualmente, já a adicionaram e ela parece tão feliz por nos ter reencontrado como nós estamos admirados e tristes pelo que a vida lhe fez. Mais dia, menos dia, alguém vai perguntar a “Sónia” se está melhor. Até lá, ficamos todos a pensar no que a vida nos pode fazer a nós.
(01/11/2012)
Rodrigues Joaquim:
"As Voltas do Destino"
- Vens ou não passar o fim-de-semana connosco? Questionou.
A pergunta da amiga era lógica, se ela jurara a pés juntos que a sua história com o Joaquim fazia parte do passado, não havia motivo para não querer ir passar aquele fim-de-semana fora só porque ele ia lá estar. Tinha duas hipóteses, ou mantinha-se fiel à mentira, e ai não havia desculpa para recusar o convite, ou então dizia a verdade e confessava a Marta que ainda estava apaixonada por ele. Teimosa por natureza, Edna ficou pela primeira hipótese. Seria forte e iria passar aquele fim-de-semana com todo o grupo de amigos onde, por azar, se incluía Joaquim. A decisão custou-lhe caro. Andou a restante semana angustiada sem saber o que a esperava. Será que ele ia com a namorada? Afinal, o que acontecera entre eles fora breve e fugaz como um dia de Sol no Inverno. Duas pessoas que se tinham conhecido e sentido irresistivelmente atraídas uma pela outra e passado uma noite de amor. Uma só noite de amor, mas que Edna jamais esqueceria até ao fim dos seus dias. Tinham-se amado em sua casa, ligeiramente entontecidos pelo vinho bebido ao jantar, mas ela nunca estivera tão consciente de que desejava aquele homem. Que queria que ele tocasse no seu corpo, a acariciasse como a brisa da tarde, a beijasse com os lábios carnudos que tão facilmente sorriam como ficavam sérios. Gostava do seu corpo firme, da sua pele morena, dos seus olhos de um castanho luminoso, e sentia que também ele a desejava. E se dúvidas existissem na sua mente ter-se-ia dissipado mal entrou no apartamento, quando ele lhe roubou um beijo que fez o seu coração bater mais depressa e lhe roubou o ar. A partir daí caíram nos braços um do outro, despiram-se com ansia, misturaram as línguas e as pernas, ele devassou com os lábios o seu corpo e ela estremecera de paixão e prazer quando ele a penetrara docemente, olhando-a nos olhos, sussurrando-lhe palavras ternas ao ouvido que ela jamais esqueceria. Depois, moveram-se em compasso, sentindo cada pequena sensação de prazer e a volúpia a aumentar como uma onda até ao clímax. Dormiram aninhados nos braços um do outro e Edna permitiu-se acreditar que assim seria para sempre. Porém, de manha, escutou a sua voz vinda da sala, a falar ao telemóvel, e ouviu as palavras dele.
- Amor, desculpa não ter avisado, mas fui sair com o António ontem à noite e fiquei a dormir em casa dele.
Deitada na cama, Edna sentiu que todo o seu mundo ruía. As lágrimas começaram a cair pelo seu rosto e foi assim que Joaquim a encontrou quando chegou ao quarto.
- Não digas nada e sai de minha casa ,disse-lhe.
Joaquim não se atreveu a defender-se, mas a forma triste e apaixonada como a olhou antes de deixar a sua casa entrou direta ao seu coração. Aquilo acontecera há duas semanas atrás. Desde então, nunca mais vira Joaquim, mas foi ele a primeira pessoa com quem se deparou quando entrou na imensa casa de Marta naquele fim-de-semana. Falaram-se claramente constrangidos, mas a química estava lá? Quando os seus olhos se encontravam, prendiam-se um no outro de forma irresistível. De tal forma que foram apanhados desprevenidos por uma voz feminina a seu lado.
- Não me apresentas? Edna estremeceu.
Era a namorada de Joaquim. Sabia que aquilo podia acontecer, mas na verdade não estava preparada. A outra deve ter lido no seu rosto o desconforto, porque foi irônica quando disse.
- É um prazer conhece-la. Arrastando depois um atarantado Joaquim para fora da sala. Todavia, do que Edna se apercebeu é que era impossível esconder o que sentiam um pelo outro. Os seus olhos atraiam-se irresistivelmente e, quando isso não acontecia, apercebia-se que Joaquim estava calado, pensativo, chegando a responder com alguma brusquidão à namorada, que parecia decidida a trata-lo como um cachorro de trela. No final dessa noite, Edna sentiu que precisava de paz e foi até à varanda. E eis que Joaquim também lá estava. Primeiro olharam-se, em silêncio, o coração a querer saltar do peito, depois ele disse.
- Sabes Edna me desculpa, eu nunca mais consegui te esquecer desde aquele dia, tenho pensado em ti todos estes meus dias e noites que.
Mas não pode dizer mais nada, porque nisto a sua namorada surgiu na varanda. Acusou-o de traição e a ela de uma sem vergonha. Edna ficou chocada, sem reação. Por fim, a outra obrigou Joaquim a tomar uma decisão ali, naquele instante.
- Quero saber com quem queres ficar?
Para espanto de Edna, Joaquim não hesitou e, olhando-a nos olhos, disse.
- Com a Edna!.
(22/03/2013)
Rodrigues Joaquim:
"Eu, e Tu"
Querida, confesso que adoro te ver gemer.
E sempre que me pedes, que continue fazendo.
No teu corpo suado e húmido de prazer.
Meu sexo no teu, vou metendo.
Na tua mão, o meu sexo já ardia.
E o teu era como fogo arder.
Como louco teu corpo, por tua boca pedia.
Dá-me meu querido, muito, muito prazer.
Minha amada não tem vergonha.
Gosta por trás, de frente, e até virada.
Nossos dias de amor é uma maratona.
Só assim, ela gosta de ser amada.
Na tua saia minha mão vou metendo.
E beijando teus lábios, eu tesão sentia.
Na tua mão ele foi crescendo.
E muitas chamadas sacanas, ele fazia.
(22/03/2013)
Rodrigues Joaquim
"Envelhecer"
Este é o ano do meu quintoagéssimo aniversário. Daqui a sete meses, continuará a minha gloriosa caminhada nos "entas" que já começou há dez anos, e dos "entas", como se costuma dizer na minha terra, geralmente já não se sai como tenho reparado, depois dos quarenta agora os cinquenta.
Segundo a mais respeitável literatura, é suposto eu vir a ter uma crise da meia-idade e a pôr em causa todo o sentido da minha vida, acompanhando a invasão do cocuruto pelos cabelos brancos (que já começou) e o interesse dos médicos pela minha próstata (que ainda não começou). Tudo isto me preocupa num único sentido: poderei não estar à altura da situação. Num mundo onde o corpo jovem é tão cultivado e a sabedoria dos velhos tão desprezada (reparem como já pareço um deles a falar), detestaria não saber conviver com as minhas rugas, como aquelas estrelas que começam a colecionar operações plásticas por não suportarem o seu próprio reflexo. Saber envelhecer é uma extraordinária arte, apenas suplantada pela arte de saber morrer. E deve ser por isso que nos últimos tempos não me sai da cabeça uma belíssima canção da Amélia Muge, construída a partir de versos de Grabato Dias, que diz: "Estar vivo é estar à morte/ cativo de um pilim da sorte." É possível que um pessimista considere tais versos um reflexo da tragédia que é este mundo, e viva na permanente angústia de que um dia a sorte acabe. Mas eu, que sou mais dado a otimismos, entendo-os como uma celebração da vida, essa graça incrível que nos foi dada (pela sorte, por Deus, pelo que quiserem), e que exatamente por ser tão frágil e tão curta convém ser celebrada a cada momento. Daí que a minha esperança de futuro cinquentão resida nesta outra esperança: a de que em vez de me deprimir com tudo aquilo que deixo de ser capaz de fazer, comece a agradecer tudo aquilo que ainda está ao meu alcance. Que à medida que for vendo cada vez menos e ouvindo cada vez pior, haja sentidos interiores que se apurem, de forma a poder festejar o mais pequeno "pilim". De certo modo, é o que já me acontece, graças à exigência de criar dois filhos, que nos levam o tempo e a paciência a um ponto que, quais místicos de trazer por casa, passamos a apreciar as coisas mais simples com uma profundidade inimaginável. Um duche quente, um momento de silêncio, um abraço ao deitar nunca me souberam tão bem quanto hoje. Se os 50 me derem mais disso, então eles que venham. Cá estarei – ainda que curvado – para os receber.
(22/03/2013)
Joaquim Rodrigues
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