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domingo, 23 de outubro de 2016

"O casamento hoje"

Joaquim Rodrigues

Afinal os tempos de hoje não estão em mudança, os tempos de hoje mudaram há muito. Já passaram muitos anos que não vimos famílias como antigamente, já não se vê pessoas como no tempo dos nossos pais. Eram tempos em que um casamento tinha um juramento sincero de longevidade, e as pessoas eram felizes, muito mais felizes do que o são hoje. Constituíam um lar, uma família, e era saudável de ver. Nunca se queixavam de nada, eram muito mais felizes, e assumiam como eram, e a que classe social pertencia nada os proibia de serem feliz, nada era mais importante do que a felicidade da família, nada tinha obstáculo, como parece ter as famílias de hoje.
Hoje as pessoas não sabem viver como no antigamente, hoje as pessoas parece estar mais interessadas em correr atrás de interesses pessoais e misturarem juras de amor e fidelidade eterna, mas que afinal nunca chegam a cumprir essas juras prometidas.
 Então porque será que as pessoas de hoje querem casar, e assinar um contrato, um código de conduta para sempre? Não se estará a viver uma falsa ilusão de que o casamento fará ter um parceiro para todas actividades no amor. Ou o casamento é uma troca de interesses, como a prostituição, que se casa em troca de algo, e aceita-se muitas situações porque se ganha com isso, e viver assim com alguma coisa, é melhor que não ter nada.
Na idade madura o casamento parece ser muito mais sério que quando somos jovens, pela simples razão, que já não existe muito tempo a perder, já não vivem naquela época do cego e do mudo ou do retardado. Hoje vivemos de paixões e necessidades sexuais, e passamos o tempo a confundir isso com o amor. Isso, dura durante 2 a 3 anos, não mais, e logo passam a cair na realidade, o sangue deixa de correr nas veias da paixão, os problemas sobem ao nível do nosso olhar, e o conceito de prostituição no casamento se faz presente.
E agora temos um casamento que passa a existir como uma troca de favores, de um lado está o marido, com a função de financiar a família do outro, a esposa que administra a casa, cuida dos filhos e comparece à noite, para sexo.
Existem também casamentos que são concretizados por interesse explícito, ou pelo dinheiro ou pela posição de vida que a pessoa pode gerar, em ambos os casos é prostituição no casamento. Não existe uma mulher casada que não tenha se prostituído no casamento, porque ela teve momentos no casamento que praticou sexo sem vontade, apenas para agradar ao marido que passou um mau dia no trabalho e estava querendo aliviar as suas tensões.
 Pode parecer algo estupido, mas se analisarmos vamos chegar a uma conclusão de que no fundo o casamento não é nada mais que uma troca de interesses, que na maioria das vezes é representado pelo amor. As pessoas têm uma necessidade de amar e ser amadas, mas esquecem-se que no concreto não ficam firmes sem que se misture vários componentes, ou seja, é necessário mais que amor para estruturar um casamento.
Na verdade, principal alicerce dos casamentos de hoje é o conformismo, porque financeiramente, se sentem bem, pela companhia do parceiro ou até mesmo pelo que a sociedade definiu como regra. Todos ou quase todos são obrigados a casar. Como se percebe as colagens dos casamentos são muitas, mas nem sempre são eficaz e quase sempre são escondidas ou camufladas.
Pensar nas possibilidades do casamento é pensar no futuro ou no que os outros pensam, ideologias é viver na ilusão do amor e nada mais.
O meu pensamento pode até ser contra mim mesmo, mas para mim, os casamentos não passam de uma tentativa, escusada, para qualquer ser humano fugir à solidão, porque se isso para muitos parece o fim. Então, pergunto eu, se não conseguem conviver consigo mesmo, como vão poder conviver em conjunto?
(23/10/2016)
Joaquim Rodrigues

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