Joaquim Rodrigues
Será que todos nós devemos mesmo mentir a quem juramos amar? Esta é a clássica pergunta que todos temos o direito de fazer à pessoa que amamos.
“Quantas pessoas
amas-te tu durante toda a tua vida?” Quantas pessoas na tua vida, tu já tiveste?”
Não precisas necessariamente de responder, porque todas as pessoas que lidam
contigo percebem que tiveste muitos amores,” que passas o teu tempo procurando amores
diferentes,” que te sentes bem assim a mentir ao amor”.
Nem todas as perguntas precisam de ter resposta
necessariamente, pelo menos da resposta que ele está à espera de ouvir, quando
isso acontece e não te apetece falar no assunto, diga apenas e só, que não te
apetece falar no assunto. Ele logo perceberá que a tua vida agora não é mais com
ele.
Claro que ele vai ficar a pensar que tiveste muitos
namorados que já foste mais feliz com outro alguém, do que és feliz com ele. Mas
pensará também que outros foram pessoas com quem tu vives-te, com quem tu
dividiste a tua cama, os teus espaços íntimos, que já foram teus maridos teus amantes
pessoas que tu amaste antes dele. Mas também é saudável manter a dignidade sem
mistérios, claro que este tema é um tema em que a tentação de não responder é grande
até a tentação de mentir é enorme, mas não compensa, mentir nunca compensa.
O melhor a fazer é nunca mentir sobre isto, claro que não
tens logo de anunciar mas não minta ao amor. Podes não saber, nem fazes uma
pequena ideia, da fortuna que custa sempre estes momentos, se ele te perguntar,
não mintas, o melhor é falar verdade. Se estás a pensar fazer alguma troca fale
sobre o assunto com ele e chegue a um acordo. Afinal, era o que tu gostarias
que ele fizesse contigo.
Quanto ao sexo, se com ele não foi fantástico, nem nada
que pareça, não lhe vai dizer isto, ou vai? Coitado, serás tu capaz de o fazer?
Lembra-te quantas vezes te podiam ofender e nunca o fizeram? Por isso tu sempre
ficaste admirada, tu nunca te sentiste ofendida, porque será?
Claro que a ideia não é mentir, mas pode resolver o
problema sem lhe atirar à cara que já viu bem melhor do que aquilo.
O melhor é ires dando indicações subtis, mas cuidado que
subtis, não significa ordens, e também não convém nada ligar o GPS, mesmo que
ele ache sensual aquela voz que diz, na próxima curva, vire à esquerda, mas também
que não sejam demasiado subtis para que ele não perceba.
Não existe nada mais devastador para um relacionamento do
que a perda da confiança. Não é preciso ficar o tempo todo a perguntar o que
ele fez, o que ele está a fazer, onde foi, e com quem esteve a falar.
A pessoa que mente, que esconde tudo do seu parceiro (nunca
use a tecnologia moderna escondendo do seu parceiro com quem comunica) isso acaba
com todas as chances de o amor dar certo. E com isso a relação nunca mais será
a mesma.
Hoje ter um telemóvel é ter companhia no bolso, estar ligado
numa rede social é ter centenas de amigos, é ter muitas condições de conhecer
novos namorados “este não me serve, aquele é um carinho” vou neste. Como se isso
fosse possível, escolher por quem, quando, e onde se enlevar de amor
verdadeiro, cometemos tantos equívocos!
Depois escolhemos um cristo e nele despejamos todas as nossas
carências de uma só vez, sem perceber, que nos tornamos incapazes de olhar a
cara do outro e dizer, você está me amando pouco! Assim eu não quero! Prefiro
ficar só, eu e Deus.
A pior coisa que existe é uma pessoa descobrir que está a
ser enganada. Por isso, mesmo que a verdade seja dolorosa, é melhor optar por
ela, assuma o seu erro o mais rápido possível, nunca minta. É mais fácil
perdoar uma fraqueza momentânea quando se é verdadeiro, que o outro descobrir
uma mentira. Mentir pode causar danos irreversíveis numa relação, e em algumas
pessoas psicologicamente também, pois o amor saudável se baseia principalmente,
na confiança, sem confiança, não há tranquilidade, e o amor não amadurece. “não
vasta dizer que ama, tem de mostrar em actos que ama”.
Quando um parceiro perde a confiança no outro, o
relacionamento acaba. A sensação de sentir-se traído provoca muita dor e rompe
com a parceria amorosa. O mentiroso jamais é perdoado, e aquele que foi
enganado passa a desconhecer o outro, a questionar quem ele é verdadeiramente.
Diante da descoberta da traição, a pessoa passa a acreditar que o seu
relacionamento foi uma grande mentira.
(11/07/2016)
Joaquim Rodrigues
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