Joaquim Rodrigues
Existem duas dores de amor, a primeira é quando a relação
termina e a gente ama e é obrigado a seguir seu caminho amando vai
ter de se acostumar com a ausência do outro com a sensação de
perda de rejeição, e com a falta de perspectiva, já que ainda
estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do
túnel. A segunda dor é quando começamos a ver a luz no fim do
túnel
a mais dilacerante é a dor física da falta dos beijos e
abraços e essa dor não ser importante para o ser amado, mas, quando esta dor
passa…se passar…
Começamos outro ritual de despedida a dor de abandonar o
amor que sentíamos, a dor de esvaziar o coração, de remover a
saudade de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa
é isso também dói, também doí!
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto tempo quanto à pessoa que o gerou, existem sempre razões e
culpas nessas pessoas sabendo que há quem reclame não conseguir se desprender
de alguém
Mas acontece que sem darem conta, não querem se
desprender. Esse amor mesmo não retribuído, tornou-se a maior lembrança de
belos momentos de uma época bonita, que foi vivida entre eles e daí
passou a ser um bem de valor inestimável uma sensação à
qual não a conseguimos largar faz parte de nós.
O que sentimos é o querer, voltar a ser alegres e disponíveis mas para isso é preciso a gente fazer algo que nos foi
caro por muito tempo e que de certa maneira se entranhou na gente e que só com
muito amor que sentido pelos dois é possível mas para tudo isso acontecer seria
muito importante o amor ser sentido de igual pelos dois.
É uma dor mais amena, quase imperceptível, talvez, por
isso, costuma durar mais. É uma dor que nos confunde, que nos envergonha por não
termos sido capaz de a evitar parece ser a mesma dor, mas não, já é outra. A pessoa que nos deixou até podia já não nos interessar
mais mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor
que nos justificava como seres humanos que nos colocava dentro das estatísticas.
“Eu amo, logo existo” Quando nos despedimos de um amor é despedir-se de si
mesmo é apagar uma
história e tudo isso, é tão difícil. Eu sei que não é externamente, da nossa concordância mas
é preciso que saia de dentro da gente, e será possível a gente voltar amar,
de novo?..
(27/06/2016)
Joaquim Rodrigues
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