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quinta-feira, 14 de abril de 2016

( UMA HISTÓRIA VERDADEIRA ) - VI


                                                                     
Joaquim Rodrigues


                                                                               VI



HUMILHAÇÕES

Só Deus está connosco, quando alguém nos quer fazer mal, nos quer humilhar. Humilhação é acto de prostração, de submissão. A humilhação pode ser infligida, ou auto-infligida. Em ambos os casos, é a dignidade humana que está em causa, é a ofensa por vezes gratuita do agressor sobre a sua vítima, os actos do agressor, é tornar a pessoa agredida sua presa. Muitas vezes estes agressores já não percebem que estão agredir o outro, tal é o hábito, de o fazer. Muitas vezes até acham que é o ofendido quem a agride a ela. As pessoas que agridem fazem com a maior facilidade, ao ponto de o agredido chegar a duvidar do que está de momento a acontecer.
Seria importante a ciência já ter uma resposta para os casos seguintes: quando alguém é obrigado aguentar humilhações, quando quem humilha nem isso percebe, explicar como o humilhado consegue lidar com isso, e nunca sentir infelicidade e desprezo, venha dai a santa ciência explicar pelo menos a quem tem alguma educação, seria importante.

Alguém que humilha alguém, não será propriamente um ser de grande carácter, nobreza ou coisa que o valha. Será antes um acto que encerra cobardia, e má formação intelectual.
 “Um dia fui viver para casa do meu amor a pedido dela, e percebi que ela se comportava como uma “bipolar” que o nosso amor era tudo uma mentira, uma encenação perfeita. Que o amor não vivia ali perto, tudo aquilo era sim, um interesse vaidoso e pessoal. E que o meu amor-próprio, tinha sido ferido, e humilhado. Quando eu aceitei viver em casa da mulher que amo, nunca esperava que alguém fosse capaz de ter tanta vontade de humilhar como o fizeram.

“ Cara é verdade o que dizem da mulher portuguesa? Elas cheiram a sobaco?”

A educação e o amor não exigem a humilhação, exigem respeito e cumplicidade. Mas as pessoas com falta de educação, não têm diálogo, vivem só para elas, e para o que vive dentro delas! São pessoas pouco directas, para elas, o mais importante é o seu interior, e todas as suas taras e manias, culpam sempre os outros, dos erros que elas próprias cometem, têm uma mudança de humor preocupante, brincam e ri de tudo, para logo de repente ficar de mau humor. São pessoas muito carentes, que necessitam de excesso de atenção. Pessoa que precisam de ter muitos contactos de telefone para fazerem o que mais gostam, e sentir a acção que escolhem. O importante é as chamadas e as mensagens de fora. Ter um homem amigo a seu lado não é muito importante. Importante é as mensagens recebidas, o encobrir da razão, da verdade, porque sentem nisso sempre, toda a satisfação.

 “Há, há, há, este meu Portuga! Eu vou divertir-me muito, com este Portuga durante o tempo que ele aqui vai ficar comigo”

(Portuga uma maneira pouco simpática de tratar a pessoa que se ama?). Principalmente junto de outras pessoas, como amigos, acompanhantes.

“Quero fazer uns vídeos para mandar para minhas filhas e amigas, vamos fazer, tu a correr para lá, e para cá, levanta os braços assim, e faz assim, eu vou filmar tudo, vai ser muito divertido, minhas filhas, irão se divertir muito. “
Ser convencido já é pecado, se convencer que é inteligente e o outro burro não tem classificação simplesmente, é assim que vai o nosso mundo.

“ Amor, eu vou-te ensinar uma coisa séria, pois você precisa urgentemente buscar Deus para ser liberto dessas coisas que te faz mudar de uma tal maneira horrível”.

 (O que será que eu tenho de mudar? Que tenho eu? O que foi que eu fiz para precisar de ser liberto?). Só me lembro de ter sido acusado de avariar o micro-ondas, terá sido esse o meu pecado, será esse o pecado, para ter de dar contas a Deus?

“ Tens mesmo de te deixar converter amor, vai a uma igreja Evangélica, e entrega a tua alma a Deus amor meu, só assim nós nos vamos entender, eu só caso numa igreja evangélica “. Caso?

Bateu no fundo a vontade de humilhar. Talvez seja mais um mandato ignorante da igreja, uma mensagem do pastor, mais uma tentação de continuar a desequilibrar psicologicamente a sua linha de vida, talvez!
Quem ama realmente corre atrás, se dedica, demonstra, se esforça, se abnega, se humilha, é leal. Quem ama não abre mão. Mas não humilha o seu amor.
Quando podia ser um romance, o nosso romance, não foi mais do que uma maratona de ofensas e humilhações, que você nunca percebeu? Você nunca parava de me ofender de me humilhar, (o abito não deixa ver a razão) seria melhor para você, parar de fazer acusações, eu nunca me queixei de você, enquanto você ainda não parou de se queixar de mim. Lembra-te que negavas comunicar comigo, como te fizesse mal, ouvir a minha voz. (quando não conhecia ninguém, não falava com ninguém excepto você.
Quem ama, e se abandona ao seu amor, espera sempre a mesma resposta do outro lado, quem ama, nunca está preparado para receber outra resposta, não existe outra resposta. Humilhação no amor não há nada pior.
Quando alguém se lembra no acto do seu amor, humilhar quem a ama, só pode ser alguém, que gosta de ofender, e com isso humilha, esse alguém, não sabe o que é, não é cristão, não pratica a vontade de Deus. É um ser valentão, com pés de barro, um fanfarrão, porque ainda não percebeu que a força de um homem, ou uma mulher, não esta na humilhação de outro, mas na sua capacidade de perdoar, respeitar e se fazer entender num plano de diálogo.

“A casa onde você está, onde vive, é a minha casa, quem manda na minha casa sou eu, não será isto humilhar, não estará a humilhar o outro? Se você não se sente bem aqui querido vá para um hotel, ai perceberá o quanto custa.

 Geralmente pessoas dadas a humilharem os outros, são pessoas sofridas, mas muito frias também, têm um passado muito pouco justo à sua espécie. Não pode é se querer vingar nos outros, tudo aquilo que aconteceu no seu passado.
Culpar o companheiro ou a companheira de tudo o que acontece na sua própria vida é uma forma de humilhação. Culpar alguém pelas suas incapacidades humanas é humilhação. Não querer conversar com o companheiro/a sobre suas vidas conjuntas é fazer o outro sentir humilhado. Queixar-se que o outro briga quando não se quer resolver de uma vez o problema que origina a briga, só pode estar a humilhar o outro.
As brigas entre casais são inevitáveis. Elas são passageiras quando os dois têm maturidade, suficiente para entender, o mais importante é se entenderem que logo passa e, por vezes, abrir mão de alguma vantagem para que a paz volte a reinar. Deixar de ser submisso não quer dizer fraqueza, quando se precisa do seu amor, o caso é uma excelência. O diálogo é a melhor opção para se manter uma relação. Geralmente o que faz as pessoas tirarem a liberdade do outro é os ciúmes, e ai, entra a insegurança, a imaturidade, até chegar a humilhação. A melhor política é tratar a outra pessoa como você gostaria de ser tratada, e nada de idealizar sonhos.

Claro que tudo isso tem a ver com a compatibilidade dos dois.

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