Joaquim Rodrigues
VI
HUMILHAÇÕES
Só Deus está connosco, quando alguém nos quer fazer mal,
nos quer humilhar. Humilhação é acto de prostração, de submissão. A humilhação
pode ser infligida, ou auto-infligida. Em ambos os casos, é a dignidade humana
que está em causa, é a ofensa por vezes gratuita do agressor sobre a sua
vítima, os actos do agressor, é tornar a pessoa agredida sua presa. Muitas
vezes estes agressores já não percebem que estão agredir o outro, tal é o
hábito, de o fazer. Muitas vezes até acham que é o ofendido quem a agride a
ela. As pessoas que agridem fazem com a maior facilidade, ao ponto de o
agredido chegar a duvidar do que está de momento a acontecer.
Seria importante a ciência já ter uma resposta para os
casos seguintes: quando alguém é obrigado aguentar humilhações, quando quem humilha
nem isso percebe, explicar como o humilhado consegue lidar com isso, e nunca
sentir infelicidade e desprezo, venha dai a santa ciência explicar pelo menos a
quem tem alguma educação, seria importante.
Alguém que humilha alguém, não será propriamente um ser
de grande carácter, nobreza ou coisa que o valha. Será antes um acto que
encerra cobardia, e má formação intelectual.
“Um dia fui viver
para casa do meu amor a pedido dela, e percebi que ela se comportava como uma
“bipolar” que o nosso amor era tudo uma mentira, uma encenação perfeita. Que o
amor não vivia ali perto, tudo aquilo era sim, um interesse vaidoso e pessoal.
E que o meu amor-próprio, tinha sido ferido, e humilhado. Quando eu aceitei
viver em casa da mulher que amo, nunca esperava que alguém fosse capaz de ter
tanta vontade de humilhar como o fizeram.
“ Cara é verdade o que dizem da mulher portuguesa? Elas
cheiram a sobaco?”
A educação e o amor não exigem a humilhação, exigem
respeito e cumplicidade. Mas as pessoas com falta de educação, não têm diálogo,
vivem só para elas, e para o que vive dentro delas! São pessoas pouco directas,
para elas, o mais importante é o seu interior, e todas as suas taras e manias,
culpam sempre os outros, dos erros que elas próprias cometem, têm uma mudança
de humor preocupante, brincam e ri de tudo, para logo de repente ficar de mau
humor. São pessoas muito carentes, que necessitam de excesso de atenção. Pessoa
que precisam de ter muitos contactos de telefone para fazerem o que mais
gostam, e sentir a acção que escolhem. O importante é as chamadas e as
mensagens de fora. Ter um homem amigo a seu lado não é muito importante.
Importante é as mensagens recebidas, o encobrir da razão, da verdade, porque
sentem nisso sempre, toda a satisfação.
“Há, há, há, este
meu Portuga! Eu vou divertir-me muito, com este Portuga durante o tempo que ele
aqui vai ficar comigo”
(Portuga uma maneira pouco simpática de tratar a pessoa
que se ama?). Principalmente junto de outras pessoas, como amigos,
acompanhantes.
“Quero fazer uns vídeos para mandar para minhas filhas e
amigas, vamos fazer, tu a correr para lá, e para cá, levanta os braços assim, e
faz assim, eu vou filmar tudo, vai ser muito divertido, minhas filhas, irão se
divertir muito. “
Ser convencido já é pecado, se convencer que é
inteligente e o outro burro não tem classificação simplesmente, é assim que vai
o nosso mundo.
“ Amor, eu vou-te ensinar uma coisa séria, pois você
precisa urgentemente buscar Deus para ser liberto dessas coisas que te faz
mudar de uma tal maneira horrível”.
(O que será que eu
tenho de mudar? Que tenho eu? O que foi que eu fiz para precisar de ser
liberto?). Só me lembro de ter sido acusado de avariar o micro-ondas, terá sido
esse o meu pecado, será esse o pecado, para ter de dar contas a Deus?
“ Tens mesmo de te deixar converter amor, vai a uma
igreja Evangélica, e entrega a tua alma a Deus amor meu, só assim nós nos vamos
entender, eu só caso numa igreja evangélica “. Caso?
Bateu no fundo a vontade de humilhar. Talvez seja mais um
mandato ignorante da igreja, uma mensagem do pastor, mais uma tentação de
continuar a desequilibrar psicologicamente a sua linha de vida, talvez!
Quem ama realmente corre atrás, se dedica, demonstra, se
esforça, se abnega, se humilha, é leal. Quem ama não abre mão. Mas não humilha
o seu amor.
Quando podia ser um romance, o nosso romance, não foi
mais do que uma maratona de ofensas e humilhações, que você nunca percebeu?
Você nunca parava de me ofender de me humilhar, (o abito não deixa ver a razão)
seria melhor para você, parar de fazer acusações, eu nunca me queixei de você,
enquanto você ainda não parou de se queixar de mim. Lembra-te que negavas
comunicar comigo, como te fizesse mal, ouvir a minha voz. (quando não conhecia
ninguém, não falava com ninguém excepto você.
Quem ama, e se abandona ao seu amor, espera sempre a
mesma resposta do outro lado, quem ama, nunca está preparado para receber outra
resposta, não existe outra resposta. Humilhação no amor não há nada pior.
Quando alguém se lembra no acto do seu amor, humilhar
quem a ama, só pode ser alguém, que gosta de ofender, e com isso humilha, esse
alguém, não sabe o que é, não é cristão, não pratica a vontade de Deus. É um
ser valentão, com pés de barro, um fanfarrão, porque ainda não percebeu que a
força de um homem, ou uma mulher, não esta na humilhação de outro, mas na sua
capacidade de perdoar, respeitar e se fazer entender num plano de diálogo.
“A casa onde você está, onde vive, é a minha casa, quem
manda na minha casa sou eu, não será isto humilhar, não estará a humilhar o
outro? Se você não se sente bem aqui querido vá para um hotel, ai perceberá o
quanto custa.
Geralmente pessoas
dadas a humilharem os outros, são pessoas sofridas, mas muito frias também, têm
um passado muito pouco justo à sua espécie. Não pode é se querer vingar nos
outros, tudo aquilo que aconteceu no seu passado.
Culpar o companheiro ou a companheira de tudo o que
acontece na sua própria vida é uma forma de humilhação. Culpar alguém pelas
suas incapacidades humanas é humilhação. Não querer conversar com o companheiro/a
sobre suas vidas conjuntas é fazer o outro sentir humilhado. Queixar-se que o
outro briga quando não se quer resolver de uma vez o problema que origina a
briga, só pode estar a humilhar o outro.
As brigas entre casais são inevitáveis. Elas são passageiras
quando os dois têm maturidade, suficiente para entender, o mais importante é se
entenderem que logo passa e, por vezes, abrir mão de alguma vantagem para que a
paz volte a reinar. Deixar de ser submisso não quer dizer fraqueza, quando se
precisa do seu amor, o caso é uma excelência. O diálogo é a melhor opção para
se manter uma relação. Geralmente o que faz as pessoas tirarem a liberdade do
outro é os ciúmes, e ai, entra a insegurança, a imaturidade, até chegar a
humilhação. A melhor política é tratar a outra pessoa como você gostaria de ser
tratada, e nada de idealizar sonhos.
Claro que tudo isso tem a ver com a compatibilidade dos
dois.
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