Desculpa-me eu estar muito mais velho assim /
E eu já não ter
pensamentos como tem os novos /
Desculpa-me eu ter ficado assim um velho sem graça /
Que faz lembrar as árvores
sem folhas no inverno /
É que agora todos meus dias são cinzentos sabias? /
E as sombras
nos meus olhos são intermináveis /
Peço-te desculpa por tu veres tudo isso em mim /
Por veres destroços,
só destroços, imagens sem glória /
Desculpa-me, por esta pele seca, este rosto cheio de rugas /
A
culpa é do tempo, podes crer, foi ele que pintou este quadro /
Por favor, desculpa este velho de pálpebras descaídas /
Desculpa-me por eu ser assim, ser um fantasma /
(03/04/2015)
Joaquim Rodrigues
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