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quarta-feira, 13 de março de 2013

"A rua da Solidão"

 


De manhã, acordo, vou à casa de banho, olho no espelho e mal me lembro do que aconteu à noite, tomo o banho do costume, volto para o meu quarto, visto a roupa que escolhi, penteio meu cabelo, vou até à cozinha preparar o meu café, e ao passar pelo corredor finalmente me lembro do que aconteceu, Fico calado por alguns instantes, fico ali sentindo medo, e não me consigo mexer.
Olho no espelho do corredor e mais uma vez vejo um garoto que agora sorri, mas está com o mesmo olhar, mas acho estranho meus olhos não se mexer, os mantenho fixos somente ali, mas desta vez não me assusto, e arrisco conversar com o garoto, ele apenas sorri e me olha.
Olho para trás, e não vejo ninguém, mas quando volto meus olhos para o espelho, o garoto está ali na minha frente, da mesma forma, parado sorrindo e olhando para mim. Agora sem medo algum, tomo o meu café, e parto para o meu trabalho. Em meu trabalho eu conto a um colega o que está acontecendo comigo, meu colega diz que é coisa de minha cabeça, que eu devo estar a ficar louco, mas eu estou convencido do que vi, e não me deixo levar pelas palavras de meu colega.
Mas várias perguntas surgiram na minha mente, será que aquele garoto era mesmo coisa de minha cabeça? Será que meu colega tinha razão? Eu estarei a ficar louco?
– Estas perguntas nunca terão respostas, mas eu estou envolvido nos acontecimentos, e estou disposto a fazer tudo para saber quem era aquele garoto, e por esse motivo, eu saio do meu emprego e me dedico totalmente a descobrir essa curiosa história. Vou para casa, mas claro ainda decido passar pelo mesmo lugar que passei no dia interior da minha rua, com a intenção de ver novamente o garoto, mas não o vejo. Sento-me na calçada e espero que anoiteça, mas nada acontece, então decido voltar pra casa.
Chegando a casa tomo o meu banho como de costume, enfio meu pijama e vou para a cozinha jantar. Mas até aí nada aconteceu.
Descobri que sou um homem sozinho, e penso como um garoto, e que passei a ver coisas em minha casa, e na minha rua também! E que tinha amigos imaginários, tudo isso por causa de eu viver na “Rua da solidão” e que afinal esse garoto também não era, imaginação!?

(13/03/2013)
Joaquim Rodrigues

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